Saturday, March 01, 2008

MEMÓRIAS

Projecto criado em 1995 e primeiro exposto em Edimburgo, Napier University.
Posteriormente desenvolvido e exposto no Museu da Imagem, Braga.
3 exemplares fazem parte da colecção do CPF/MC e encontram-se em exposições itinerantes
Exemplares expostos e vendidos a particulares durante leilão de Arte Moderna no Palácio do Correio Velho - 2005
Colecções particulares







Title: " Borrowed bosom"
Size: 100x70
Print: Lambda










Title: "Persistência do Tempo 13"
Size: 80x73
Print: Lambda












Memórias

Toco na memória de tempos que, como o vejo agora, nunca vivi. E no entanto vivo-os agora, encapuçados de “memórias”. Porque a memória é recordar, com toda a parcialidade que nos convém, e viver novas situações de um passado que confundimos.
Gosto de lembrar as coisas todas como foram, como são para mim.

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A chuva cai na memória

A chuva cai na memória. Não literalmente, mas de algum modo realmente, o suficiente para esfumaçar e confundir as imagens que guardamos. Sonho, realidade, sonho real e realidade fantasiada, mescladas num Agora estampado num papel.
O pormenor liga-nos à realidade da imagem amarrotada pela chuva da memória. Dá-lhe sentido. E cresce, de fora para dentro. As cores vão ganhando nitidez e contraste e passam a ser nossas, se antes o ainda não eram.
De dentro para fora. Libertamos a imagem. Guardamos o importante. Com vento e com chuva, amarrotada.

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A espera

Um sonho. A memória repetida do que nunca aconteceu para além do sonho.
Tudo serve de desculpa para lembrar.
Uma presença que foi.
Cravo os dedos numa corda gasta, suja de memórias. A trama bolorenta da corda são já as minhas impressões digitais. Para lá da minha entrega silenciosa, as vidas rodopiam, jubilam e tombam.Não sei quando virás. Não sei se existes. Mas espero. No silêncio da minha entrega, com a corda gasta que me marca os dedos.
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Title: "Birth"
Size: 80x70
Print: Lambda
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Title: "Les Amants"
Size: 100x60
Print: Lambda
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Title: "Theatre of Conscience"
Size: 100x60
Print: Lambda



Lembrar é viver um momento novo.
Gonçalo Cunha de Sá

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Monday, January 08, 2007

Tempos idos




Exposição de Fotografia comemorativa dos 150 anos da Fotografia.
Retrato com técnica mista - óleo.
Tiragem - 1 exemplar
Tamanhos - 30x20 cm





























































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Wednesday, April 12, 2006

Um Domingo qualquer

Um Domingo qualquer



Porque se resume tudo no corpo? – perguntaste encostada ao vidro, frio, suponho, da janela do nosso quarto.
Oito horas da manhã de Domingo. Tínhamo-nos deitado cedo, cada um com a sua leitura, um hábito que arrastávamos já há anos.
Gosto quando interrompes a minha leitura para me ler uma frase do teu livro, interpretas, explicas e depois, só depois de tirares as tuas conclusões, perguntas o que acho. Gosto quando me interrogas, gosto quando finges que ouves e concordas. Faz-me sentir importante. Um beijo e depressa voltamos à mancha de letras que nunca nos saiu das mãos. Por vezes, depois dessa interrupção, aproveitas para me contar coisas do teu dia, mesmo depois de o termos passado juntos.
Lá fora a chuva rebenta nos estalidos das farturas que compramos na roulotte em dias de feira. Enrolo-me nos cobertores até ao nariz e redobro a sensação de conforto. A música da chuva enche o quarto.
Acendo a luz do candeeiro de cabeceira, um tom que aquece e diminui o cinzento que entra pela janela.
Continuas encostada ao vidro.
Ainda não me respondeste, dizes.
Gosto de te ver de camisa de noite. Prendo-me nos relâmpagos de transparências quando em movimento a luz te descobre contornos.
Apago a luz da cabeceira para sobressair a transparência da luz fria que entra pela janela e que brinca com a tua camisa de dormir, enquanto caminhas na minha direcção para te deitares comigo.
Então, não me respondes?
Poiso o livro que ainda não tinha começado a ler. Rimos e fazemos amor.
Tens razão, dizes. Há alturas em que tudo se resume no corpo.

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Monday, April 03, 2006

Acrílicos

Livraria Almedina, mais uma pequena mostra de 5 imagens novas, tiragem limitada de 5 exemplares.
Aqui fica um exemplo, já vendido o 1º exemplar!
Size: 100x70
Print: Papel fotográfico em acrílico

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Wednesday, March 29, 2006

Vernissage Chapitô


A vernissage da exposição "onde vão os teus pensamentos vão os teus passos" teve lugar ontem às 22h no Chapitô. Correu muito bem e as conversas foram muito animadas. Muito obrigado pelo vosso apoio que tem sido sempre muito forte.
Para quem não esteve presente, a exposição estará patente até ao dia 15 de Abril. Podem também dar uma vista de olhos no blog "Mr G's travels" onde vou brevemente publicar algumas das imagens dos Himalaias.




O sol gaivota risca o céu com asas brancas. A linha do fim do mundo projecta-me para trás com a força do infinito.O ar, sem mudar de cor, torna-se espesso e sufoca-me. (...)O relógio de areia tombou. O tempo pára. As horas contam-se em metros que ficam por andar. Porque faço isto? Vale a pena? E a pergunta estica até ao limite da sua elasticidade. Desisto sem convicção. Mil vezes! O espírito voa com asas de Ícaro, tombando pesadamente sobre o corpo cada vez que executo a tentativa de um movimento. A luta, neste momento, é a minha única ligação à vida. Tudo o mais ficou engaiolado num pensamento que me está interdito. A montanha e eu, os meus pés no cimento da terra que me cola o andar.
Gonçalo Cunha de Sá

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Sunday, March 19, 2006

Zaon bistari bistari, caminha tranquilo

Nepal - Himalayas, trekking
Print: Photographic paper
Size: 50x33 (cm)



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Friday, March 17, 2006

Falas de Corpo

Projecto primeiro exposto no Auditório Municipal da Câmara Municipal de Vila do Conde, 2005
Exposição Colectiva de Arte Moderna no Palácio do Correio Velho, onde foram leiloados e vendidos exemplares
Colecções particulares




Falas de Corpo

Desenha um corpo, disseste-me.
Que queres ver, pensei. Um corpo de homem ou de mulher, gordo ou magro, musculado? E que vai este corpo dizer de mim?
Falas de corpo. Porque o corpo mostra quem somos e mais do que somos.
Reduzo o corpo à sua significância física e falo do corpo. Sobre um fundo preto. Tudo é preto sem luz, por isso pinto com luz e dou vida à forma. Valemos o que somos, pelo que somos, mesmo às escuras.
Porque nos interessa então o corpo como montra quando este não passa de um castelo de ar?























































































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De olhos fechados

Fecho os olhos contra uns olhos fechados. E assim me deixo ficar enganado, na ilusão destes olhos fechados. E de olhos fechados vou saltitando. Para outros olhos que se fecham com os meus. Acredito que os semelhantes se procuram e se encontram, para se voltarem a perder e, talvez lá longe, se voltarem a encontrar. De olhos fechados.

Gonçalo Cunha de Sá


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